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sábado, 21 de dezembro de 2013

TRANSITO parte dois.

Em meu post anterior,  eu enumerei os principais pontos de problemas e soluções do trânsito de São Paulo. MAS ( eu gosto de entrar em contradições durante o texto, isso dá a falsa impressão de que sou um cara inteligente e tal... ) aqui em casa está tudo em obras ( típico de casa de pobre ) e ADVINHA QUEM É O PEDREIRO? Sim, esse cara sou eu. Cansado e com a postagem toda atrasada. 

MAS, vamos lá, no meu primeiro post eu cobri os aspectos mais UTÓPICOS do trânsito, não levei em conta aspectos da realidade, como os custos e viabilidade das obras. Neste post parte 2 eu convido a nós vestirmos nossos EPIs ( eu odeio o plural na língua portuguesa, depois eu chamo português de burro e as pessoas ficam bravas comigo. Se eu usei um SUJEITO NO PLURAL, pra quê terminar TODAS AS PALAVRAS EM "S"? Eu vou escrever de novo, do jeito certo, em língua BRASILEIRA.) Neste post parte 2, eu convido a NÓS vestir nosso EPI e enfiar a mão na massa.

A primeira coisa a se fazer no trânsito de São Paulo, que tenha baixo custo e fácil implementação, seria mudar o sentido da mão (ficou estranho esse termo mão), ou seja, mudar o sentido do trânsito das vias locais (na língua Brasileira dizemos " DAS via local"). Por exemplo veja esse mapa de Pinheiros, bairro central em São Paulo.

Desculpa por ele estar assim bem grandão, mas por favor estude-o com atenção, esta é uma região que TODO paulistano conhece, e a Av Rebouças faz parte do corredor Norte-Sul, onde trafegam 3 milhões de pessoas por dia. Este bairro é misto no planejamento urbano da prefeitura, ou seja, tem residências e comércios em números equivalentes. Perceba que a Rebouças é constantemente interrompida pelas ruas locais, em ângulos estranhos e de forma aleatória, e cada cruzamento tem o seu próprio semáforo, regulado " à mão" por um funcionário da CET, que por mais caprichoso que seja, ainda assim é um ser humano e nunca conseguirá fazer com que todos estejam no verde ao mesmo tempo, enquanto a maioria está em verde, um ou outro fica no vermelho, causando um bloqueio, uma fila de carros de centenas de kilômetros.

As principais vias do bairro  (que não são artérias da cidade, mas tem o propósito de atravessar o bairro) eu marquei em verde, destacando das arteriais em vermelho (que são as vias mais importantes da cidade) abaixo:

Perceba que em todos os cruzamentos de verde e vermelho existem semáforos. Esse é o problema, agora ao vivo e em cores. A Av. Rebouças JAMAIS poderia ser interrompida, pois essas pessoas não tem interesse nenhum neste bairro, elas estão se deslocando para o norte (nordeste na verdade). MAS existe semáforo nas ruas João Moura, Estados Unidos e Oscar Freire. Esses três semáforos são um grande privilégio para poucos carros em trânsito local, Atrapalhando a vida de 3 milhões de trabalhadores que moram na Zona Norte e trabalham na Zona Sul. Aqui em São Paulo, assim como no Brasil, poucos privilegiados sempre tem a preferência, claro, de passar e ir e vir como quiser. MAS o povo trabalhador poderia sofrer menos se as avenidas para suas casas fossem desimpedidas. ( Esse assunto fica para um próximo Post, quem vive essa situação sabe muito bem o que estou falando, mas quem é egoísta demais nunca vai entender em poucas linhas.) Em uma situação em que os privilegiados fossem um pouco menos egoístas, o mapa ficaria desse jeito:

Perceba como o trânsito agora flui (da palavra fluído, líquido, de forma suave e veloz) em movimentos circulares e contínuos? Ninguém pára, ninguém espera, todos como formigas, sempre em frente. ELIMINANDO TODOS OS SEMÁFOROS  ONDE VERDE CRUZA VERMELHO, deixamos somente semáforos entre cruzamentos de vias arteriais, vermelho-vermelho. O trânsito local nesse caso circularia dentro do bairro isolado do trânsito arterial, e quando for o caso de deixar o bairro, simplesmente ele cairia em uma via arterial e seguiria seu destino. "Mas eu conheço o cruzamento da Oscar Freire, e não tem como eu atravessar a rebouças sem esse farol. O que eu faço?". Calma meu querido privilegiado, tem duas maneiras. A mais simples é você subir a Teodoro Sampaio até a Avenida ARTERIAL Dr. Arnaldo, segue então até a ARTERIAL Av Paulista, desça então a rua da consolação até encontrar novamente a Oscar Freire. Não gostou de dirigir a mais para dar essa volta toda? Então entremos com a segunda opção. Use todo o seu dinheiro, prestígio e pressão política para fazer o prefeito construir um túnel ou ponte nesse trecho.
Eu sei, eu entendo. São Paulo cresceu rápido demais e soluções emergenciais precisaram ser tomadas no passado, "gambiarras", uma delas os semáforos. MAS, veja bem, existe a solução simples, e também existe a solução correta, e as duas devem se encontrar para que a solução então possa ser chamada de solução permanente. Semáforos somente funcionam em cruzamentos de Vias Arteriais e mesmo assim atrapalham. Túneis e pontes são o ideal, porém são caros e ocupam muito espaço. Segue então outro exemplo, esse mais prático. Estarei aqui citando nomes em carácter de informação histórica, NÃO estou de forma alguma atacando ou denegrindo a imagem de ninguém. Minha opinião é pessoal e protegida por lei.

Túnel Jornalista Fernando Vieira de Mello foi construído em 2004 durante a gestão da então prefeita Marta Suplicy. Ele faz com que a Avenida Rebouças passe por baixo da Avenida Faria Lima, duas importantes Artérias de São Paulo. A intenção certamente foi das melhores, eliminando um semáforo e agilizando o trânsito. MAS, a execução foi desastrosa desde o projeto, por um detalhe que foi percebido somente após as obras já terem sido iniciadas, e então era tarde demais para corrigir. Observe o mapa e a foto:




Perceba que a Rebouças faz um ângulo neste cruzamento, ela não é reta em 180°. Por causa desse ângulo, os ônibus não puderam ser permitidos a entrar no túnel, sendo que nesta avenida ARTERIAL passa um importante corredor de ônibus. A solução foi absurda e totalmente ridícula. Foi construído um túnel sim, mas não eliminou o cruzamento acima dele. O semáforo que deveria ter desaparecido permaneceu, do mesmo jeito que sempre foi. Os ônibus continuam esperando no semáforo, e o semáforo continua interrompendo a via, do jeito que sempre foi. A única coisa que mudou foi que antes pelo menos agente ficava parado no congestionamento com as janelas abertas para tomar um "arzinho", mas agora dentro do túnel nem isso temos mais.

"Então sabichão, você sabe tudo, resolve o problema aí então". Elementar meu caro Watson, O túnel deveria ter sido feito NA FARIA LIMA, é claro. A Faria Lima é reta, o ônibus não tem perigo de capotar dentro do túnel e ficar entalado, como aliás alguns carros já o fizeram. Se por um milagre de Deus pudéssemos girar esse túnel 90°, e deixá-lo reto, bastariam duas passarelas para pedestres e Voilá ( A ex-prefeita conhece bem a língua francesa), eliminamos um semáforo. Que maravilha. Magnifique.


Voltando ao trânsito, você se lembra do sistema circulatório de sangue do corpo humano? (*orra Danghetti, toda hora você fala duma coisa, pula pra outra, fica confuso, tem coisa nesse café que passarinho num bebe?) (Juro por Deus que é só pó de café, água e açúcar). Se o trânsito local fosse impedido de cruzar as ARTÉRIAS em 90°, se ao invés disso eles tivessem uma faixa exclusiva para entrar e sair da ARTERIAL sem parar completamente, poderia então ser criado uma via expressa, assim como nas marginais. Mas o bairro viraria uma ilha? Mais ou menos sim, o bairro seria então uma espécie de condomínio fechado, só que aberto. (Esse café tá estragado véio, só pode ser). Teria várias entradas, mas poucas saídas. Voltamos a questão do privilégio. O TRÂNSITO ARTERIAL DEVE TER PRIORIDADE SOBRE O TRÂNSITO LOCAL. Com esse pensamento simples, seguiremos ao próximo tópico, muito parecido com esse.


Lembra-se do exemplo do bairro Boaçava, no post 1? Bairros residenciais tem dois tipos de trânsito, os moradores e suas visitas. São pessoas com interesses particulares, diferente das zonas comerciais, como foi o exemplo da Av Reboças, onde o interesse na região é público, de atrair clientes e prosperar o comércio (e escritórios e tal). Se uma região tem somente o interesse particular de poucas pessoas, então é lógico deduzir que para a população em geral não é motivo nenhum visitar esse lugar (eu quero mais que eles se explodam, não brincadeirinha, Espero de coração que Jesus abençoe aos moradores de Boaçava e que Deus os proteja.). Então seria lógico que esses moradores fechassem todas as ruas exteriores e criassem uma portaria de acesso, com segurança e cancelas. Claro, por que não? É bom para eles, ficam mais seguros, e é bom para nós, somente sairá carros da portaria, eliminaria todos os semáforos ao redor.

Bairros comerciais são enormes "esponjas " de absorver carros e clientes. Somente transporte público não é suficiente, como uma senhora vai carregar 4 sacolas cheias de roupas e badulaques ( que?) e ainda se segurar para não cair? O ônibus circular não tem bagageiro, e quase nunca tem assentos livres. BAIRROS COMERCIAIS DEVEM TER GARAGENS PÚBLICAS EM EDIFÍCIOS E SUBTERRÂNEAS. Claro, óbvio. E não pense você que é difícil fazer uma garagem edifício, não, pois São Paulo já as possui a muitos anos.
Ok, admito que essa não é a melhor foto para ilustrar meu argumento, mas continua válido. (Shit happens).

Basicamente, a maioria dos edifícios é construído com uma grande capacidade de suportar peso, e um veículo pesa em média 1,5 toneladas, MUITO POUCO  para os 6 m² que ele ocupa. 1500/6 = 250kg/m². O equivalente a duas ou três pessoas em um quadrado de 1 metro x 1 metro. E talvez você ainda esteja duvidando que seja uma solução barata. Sim, você tem razão, construir ou converter um edifício garagem é um custo alto, mas pense que É UM INVESTIMENTO ONDE A PREFEITURA PODE GERAR UMA RENDA CONSTANTE E PERMANENTE, LUCRANDO E DEIXANDO A POPULAÇÃO SATISFEITA AO MESMO TEMPO. Edifícios garagem serão a melhor solução para os bairros comerciais de São Paulo, não tenha dúvida.

Ainda no bom e barato temos de parabenizar então o Estado e a Prefeitura pelas iniciativas no Metro e no VLT (veículo leve sobre trilhos). Em 1920 São Paulo tinha uma empresa de bonde, a São Paulo Tramway, Light and Power Company, mas como era de se esperar, em vez de ter uma visão futurista e preparar a cidade para obras de transporte público, A administração míope e egoísta da empresa fez lobby com a prefeitura para adiar qualquer obra que melhorasse o trânsito, forçando as pessoas a continuar a usar o inadequado bonde e atrasando a cidade e a vida de todos nós. Graças a Deus já foi pro inferno.

O lobby agora foi do bonde para o ônibus. Temos muitos políticos e canais de imprensa que recebem propina para fazer a cabeça da população de que a melhor solução para o trânsito seria o ônibus, sendo que qualquer pessoa inteligente sabe que não, ônibus somente complementa o transporte público, não é a parte principal. Basicamente um ônibus é um bonde que não tem trilho. Nada mais é diferente. Nem mesmo a linha, como já provei em meu post anterior. Um ônibus cuja linha seja por exemplo Pinheiros - Capão Redondo, NÃO SEGUE A MENOR E MAIS RÁPIDA ROTA ENTRE ORIGEM E DESTINO, PROVADO VIA GPS. Então, meus queridos amigos "militantes" de partidos políticos, NÃO, eles NÃO são seus amigos, NÃO estão aqui pra ajudar, NÃO vão te dar um cargo de confiança e dinheiro, ELES NÃO LIGAM PRA VOCÊ. LOBISTAS SOMENTE LIGAM PRO DINHEIRO, MAIS NADA.

Eliminamos os semáforos, fechamos ruas, construimos tuneis e garagens, Crucificamos os lobbistas de ponta-cabeça na sexta-feira 13 com um bode preto sacrificado e retiramos seus corações ainda pulsando do peito enquanto eles queimam na fogueira. Estou esquecendo mais alguma coisa? Tem uma coisa, meio estranha. Você pode reparar que em época de férias escolares, o trânsito melhora 33%. AS MÃES LEVANDO CRIANÇAS NAS ESCOLAS PARTICULARES DIRIGEM MUITO DEVAGAR. Faz sentido, pois são seus tesouros, seus reis e rainhas, meus futuros patrões, e como tal devem mesmo ser protegidos. Mas então porque não tornar obrigatório, público e disponível o serviço de vãs e ônibus escolares para todos? Você pobre da periferia deve estar indignado agora "Num tem nem pah nóiz vai dah pus rico?", Meu querido pobre, cala a boca e volta pra sua novela. A democracia é para todos, sem preconceito. Toda escola deve prestar serviço de peruas escolares, claro. Além de mais seguras, aliviam bem o trânsito. Ao invés de 1 mãe barbeira e assustada dirigindo um LandRover ignorantemente grande falando no celular e dando bronca em uma criança, na perua tem um motorista profissional, mesmo que seja mulher, e pelo menos umas 15 crianças. São 14 LANDROVERS a menos no trânsito.

Para finalizar, podemos fazer uma gambiarra, que não ajuda em nada mas também custa pouco. Existem alguns semáforos que possuem um relógio LED ao lado e marca quantos segundos faltam para mudar de cor. Isso ajuda muito, aliado a um tempo de Verde maior que o de Vermelho nas ARTERIAIS. Se você deixa a Rebouças com 300 segundos de verde e 30 de vermelho, e mostra isso para o motorista, ele pode ficar mais tranquilo e planejar melhor suas manobras, evitando acidentes.

Uma última idéia de última hora acabou de me ocorrer. CEAGESP. Não vou postar o mapa, mas você pode imaginar que a localização da CEAGESP, que para quem não sabe é o lugar onde os caminhões de comida (frutas, verduras, peixes...) descarregam suas cargas para que os mercados possam comprar no atacado e vender para a população no varejo. Eu dizia que a localização da CEAGESP, quando foi feita em 1969, era mais ou menos na periferia da então pequena cidade de São Paulinho. São Paulo então, como todo menino, cresceu e se tornou a maior metrópoles (aglomerado de cidades) da américa latina. Agora, a CEAGESP FICA BEM NO MEIO DA CIDADE, MOVIMENTANDO MAIS DE 10 MIL CARRETAS CARREGADAS POR DIA. Esses monstros de 5, 7 ou 9 eixos são muito bem vindos, claro, para abastecer a cidade, mas AGORA QUE TEMOS O RODOANEL VIÁRIO FORA DA CIDADE, A CEAGESP DEVE SER DESLOCADA PARA FORA DA CIDADE TAMBÉM. É claro, caminhões grandes fora da cidade, VUC (os pequenos caminhões de 2 eixos) dentro. Assim o trânsito fica mais homogêneo, e o asfalto não sofre tanto.

Por enquanto é só, Acho que esgotei minha contribuição no assunto, Muito obrigado pela leitura. Abraços, até a próxima.


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